Terça-feira, 10 de Julho de 2012

Update

Esta gravidez não correu bem. Quem me segue no "Not So Fast..." já sabe o que se passou. A quem não segue, mas quer saber o que se passou, peço que dê um saltinho aqui que está lá tudo explicado.

 

Foi uma experiência brutal, mas enriquecedora. Eu não conhecia o que tive, e acredito que muita gente não conheça...

publicado por Lénia Rufino às 14:40
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Segunda-feira, 28 de Maio de 2012

10 semanas

Não tem sido fácil. Ter um filho na barriga e dois cá fora não é pêra doce. Nunca achei que fosse, bem entendido. Sou daquelas que, perante multi-mães, lhes gaba a coragem ao invés de lhes lamentar o azar. Bom, adiante. Não tem sido fácil. Eu sou vinte e quatro horas de enjoos por dia. Sempre. E de azia. E de sono. Um cocktail  muito agradável para quem não tem filhos e pode, mais facilmente, dedicar-se aos efeitos secundários da gravidez. Um verdadeiro cocktail molotov para quem tem mais gente a quem acudir e que não pode sucumbir ao mal-estar geral.

 

Hoje, estranhamente, sinto-me melhor. Menos enjoada (ando a descobrir o que posso e o que não posso comer), com menos azia, sem sono (pese embora ter dormido mal e porcamente, poucas horas e em desconforto). Ah, e engordei 200gr, vitória fabulosa para quem começou nos 68, foi aos 69 e entretanto desceu aos 66,5, por obra e graça dos enjoos e da incapacidade de comer coisas de gente normal (massa e arroz, não consigo; bifes e similares, não consigo; bolos e pão, não consigo; leite, não consigo; saladas de tomate sem mais nada... consigo, mas não posso viver de saladas de tomate durante 9 meses).

 

Esta é a gravidez mais trabalhosa das três. A primeira foi isenta de enjoos, foi uma maravilha, fácil e leve, como deviam ser todas. A segunda foi pior, com enjoos até cerca das 16 semanas, mas nada que se parecesse com isto que passo agora. Eram enjoos, mas passavam ao fim de algum tempo, não duravam o dia inteiro. Amanhã conto dez semanas de gravidez (teóricas, porque ainda não sei ao certo de quanto tempo estou). E é por já ter estado enjoada 16 semanas que não acredito que isto desta vez passe às 12 e dali em diante seja tudo um mar de rosas.

 

publicado por Lénia Rufino às 12:57
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Quinta-feira, 12 de Abril de 2012

Cinco anos

Fez na segunda-feira cinco anos que descobri que a minha filha mais velha já morava na minha barriga. Era segunda.feira de Páscoa, tal como este ano. Fui passar o fim de semana ao Alentejo, uma Páscoa em família. Cheguei la na sexta-feira à noite, jantei e deitei-me para dormir... E sem que nada o fizesse prever, passei o fim de semana a dormir... e a ler nos intervalos. Não saí de casa para beber sequer um café. Passei o tempo hibernada, entre páginas e sonos reparadores... sem que eu percebesse o porquê daquilo! Cansaço não era... mas não pensei muito no assunto.

 

Na segunda-feira, regressada ao trabalho, pus-me a fazer contas e dei pelo atraso. Fiz um teste de gravidez "pelo sim, pelo não". Pus aquilo no bolso de trás das calças e fui trabalhar. Lembrei-me do teste quando ele me começou a incomodar e foi então que vi duas riscas muito reveladoras. Não havia sequer margem para dúvidas (mas ainda assim fiz o teste da confirmação no dia seguinte...). Pus a mão na barriga, incrédula. E feliz.

 

Este foi mesmo um dos dias mais felizes da minha vida. Milhares de emoções, de dúvidas, de decisões, de pensamentos voaram por dentro de mim naquele dia. Mas foi certamente o dia em que senti que tudo encaixava finalmente nos eixos... Tu, pequena princesa sardanisca, estavas dentro de mim e eu não podia desejar nada melhor...

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publicado por Lénia Rufino às 16:49
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Terça-feira, 20 de Março de 2012

Evoluções

Tenho a sorte de ter uma mãe que cuida dos meus filhos. Tive a sorte de poder ter a minha filha com a avó até aos 3 anos e meio. Tenho a sorte de ter o meu filho com os meus pais, enquanto eu trabalho. E a minha mãe, que tem muitas outras qualidades, destaca-se neste papel de avó.

 

A minha filha esteve doente. Optámos por não juntar os irmãos, para evitar que o mais novo apanhasse a virose da irmã. Isso fez com que ele passasse quatro dias seguidos com os avós, incluindo dormir as noites lá. Ontem juntei os manos. Ela, coitada, andava há dois dias a chorar com saudades do irmão. Foi uma alegria quando o viu. Ele, a mesma coisa.

 

Depois, à noite, quando os levei para casa para mimar o pai e oferecer uma prendinha do Dia do Pai, percebi o quanto ele evoluiu em quatro dias. Passou a dizer pai e mana com as letras todas. E começou a andar.

 

(A sério, que ideia mais ursa esta de começar a andar sem a presença da mãe!)

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publicado por Lénia Rufino às 12:58
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Segunda-feira, 19 de Março de 2012

As mães não adoecem

É uma falácia, obviamente. As mães adoecem (são mortais, embora muitas pareçam divindades que nunca quebram), mas não deviam. Quando uma mãe adoece há toda uma estrutura que abala. Por muito presentes e participativos que sejam os pais (estamos no universo das famílias biparentais), uma mãe doente é uma peça a menos na engrenagem.

 

Eu, bi-mãe, adoeci e estive uns tempos afastada... mas voltei. E voltei assim, mudando de casa, levando comigo as palavras que já tinha escrito. Continua tudo igual? Não. Quero escrever mais e mais. Partilhar cada vez mais este meu lado maternal que é, afinal, o meu lado que mais vive todos os dias.

 

E, para quem chegou aqui agora, bem-vindos!

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publicado por Lénia Rufino às 15:55
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Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012

Um

Faz hoje um ano que te trouxemos para casa. Moreníssimo (icterícia!), cabelo preto (quem diria...), a cara fotocopiada do teu pai (e da tua madrinha e da tua avó). Um bebé sereno, doce, capaz de me fazer mudar de ideologia.
Sempre achei que só ia ser mãe de meninas. Pancadas, não ligues. Acreditava que teria pelo menos duas e nunca pus sequer a hipótese de vir a ter um rapaz. Quando, na primeira ecografia, o médico apostou que eras um menino, fiquei meio incrédula e não digeri muito bem. O teu pai zangou-se comigo, imagina. Depois adaptei-me e já nem pensei mais no assunto. Eras um rapaz e ia ser igualmente bom. E foi. Tirando que me deste uma gravidez péssima, mas isso é um detalhe. Deste-me um parto santo (se ignorarmos que tiveste que ser mandado sair e que, por ti, acho que ficavas lá até maio), foste logo uma paz de alma que dava gozo cuidar.

E mudaste o meu mundo. Evito comparar-te à tua irmã, mas é impossível. És mais reguila, mais rebelde, mais magrelas e mais mexido. Mas também és mais doce. E mais difícil, o que é bom!

Eu, que sempre sonhei vir a ter um filho aquariano (apesar de ficar bem dizer que não se liga a signos e que não se percebe nada disso, eu acho graça. E sou aquariana e queria ser mãe de um aquariano, pronto), quando fiz contas ao tempo de gravidez e percebi que a tua data prevista para o parto era 19 de janeiro pensei um "por dois dias, pá...". E acreditei sempre que teria um capricórnio, que tu havias de nascer às 38 semanas, como a tua irmã. Mas tu, querido, esperaste até eu não aguentar mais. E esperaste pelo dia em que houvesse vaga no bloco, para seres induzido. E nasceste a 21, primeiro dia de aquário.

Mas nada disto importa. O que importa é que és saudável, és feliz, és amado e tens aqui uma fortaleza onde podes regressar sempre que quiseres. E eu tenho em ti mais um bocado do meu coração. E amo-te tanto, filho...

Parabéns, Dé.

publicado por Lénia Rufino às 13:23
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Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2011

4 anos

(6h11)

4 anos separam-nos daquele momento em que, acabada de sair de mim, te puseram no meu colo, com os pés virados para mim. Foi a primeira vez que te toquei, ainda branca e por limpar, e te disse Olá, filha. Choraste, claro. Não te achei bonita (os bebés acabados de parir não são bonitos, apesar das versões romanceadas de algumas mães que insistem na teoria). A tua avó, minha parceira de "cela" naquele dia, só chorava e dizia que tu eras perfeitinha. Eu ainda fiquei duas horas a ser alvo de bordados intensos. E fui olhando para ti. Fui pensando em tudo o que tinha para te dizer, em tudo o que queria fazer contigo, em tudo o que te queria ensinar. Fui pensando na tua história de vida (sim, acabada de nascer e já com tanto chão caminhado...). Fui pensando que nada podia ser melhor do que aquilo. Tu eras o meu sonho realizado. A minha menina. Pensei em tudo o que teríamos pela frente e soube que só podia ser assim. Tu estavas destinada a ser minha. E foste minha ali, por umas horas.

Hoje já não és minha. És do mundo. Tens 4 anos e pareces mais velha. Tens conversas de gente crescida e entendes coisas que alguns miúdos de 4 anos não entendem. Fazes birras que me levam ao desespero mas dás os melhores beijos do mundo. És uma super-companheira. Posso levar-te a qualquer lado "de crescidos" (dentro dos limites do razoável, obviamente) que sei que tu aproveitas bem o tempo. Pedes-me passeios, pedes-me histórias, pedes que te ensine a escrever. Faço isso tudo. E mimo-te. És a minha metade perfeita.

O pai é O PAI. Aquele que te ama acima de qualquer coisa. Acima dele, acima de mim, acima do mundo. É o teu companheiro de amendoins e tremoços, o professor de patinagem e de bicicleta (embora ainda não saibas patinar nem andar de bicicleta). E eu amo ver a relação que vocês têm, o amor que vos mantém trancados um ao outro. E espero que dure sempre, mesmo depois dos embates que havemos de ter na vida.

És a nossa menina. E tens 4 anos. Sei que és feliz. E, para mim, isso é o que basta...

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publicado por Lénia Rufino às 12:38
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Segunda-feira, 28 de Novembro de 2011

4 anos (1)

Há 4 anos, toda eu era barriga e incertezas. Angústias várias, medos imensos, algumas ideias genéricas do que seria aquilo de ser mãe, mas estava longe de imaginar...

Quando um filho nos passa pelas entranhas tudo muda. Mesmo. Não há mal que nos toque, não há problema que se agigante diante de nós. Nós somos atmosfera daquela criança, aquela criança é todo o ar que respiramos.

Há 4 anos era quarta-feira. Estava cansada de estar grávida. Tudo o que eu queria era a tua mão na minha, conhecer o cheiro daquele bebé que ainda me habitava o centro, olhar nos olhos aquela pessoa que havia de sair de dentro de mim. Há 4 anos, faltavam 4 dias para nasceres e eu estava longe de imaginar...

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publicado por Lénia Rufino às 23:35
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Terça-feira, 22 de Novembro de 2011

Inspiração

Eu considero-me uma mulher igual às outras. Tenho uma família para mimar, uma casa para gerir, um trabalho para fazer (agora são vários trabalhos, mas não importa), amigos com quem gosto de estar, sítios onde gosto de ir, coisas que gosto de fazer. Tenho uma vida a mil à hora e isso nem sempre é bom. Se, por um lado, consigo fazer milhentas coisas em pouco tempo (acho que já aqui desvendei o meu truque: não perder tempo em mudanças de tarefas, não gastar tempo nos intervalos, fazer tudo de seguida, com poucas pausas entre as coisas - e mesmo nas pausas a que me obrigo, por exemplo, para ver um filme no meio de um fim-de-semana de trabalho intenso, as minhas mãos ocupam-se de outras tarefas: crochet, ponto cruz, acabamentos nos meus trabalhos de costura), por outro não consigo contemplar, parar e pensar, não consigo ter muitos momentos de introspecção verdadeira.

Há uns anos conheci uma família que se tem tornado uma grande inspiração para mim. A forma como vivem a sua dinâmica familiar, a forma como se encontram com Deus, a forma simples como vivem tem-me feito repensar uma série de coisas.

Eu sou católica de formação, se assim se pode dizer. Fui educada entre catequeses e missas, fiz todos os sacramentos que podia, até à data (não fui ordenada padre nem me foi dada a extrema-unção, felizmente, e por razões óbvias!). Mas não vivo a religião de uma forma linear. E gostava de o fazer. Não tanto pela religião em si - a mim pouco me dizem os rituais mecanizados, obrigatórios -, mas pela introspecção que ela nos traz. Faz-me falta ir à missa quando me apetece, faz-me falta aquela hora ao domingo de manhã em que sou só eu e Ele, em que conversamos e nos entendemos. A culpa disto é minha. Não é do excesso de trabalho nem de nada do género. É minha. Se eu quiser, facilmente arranjo uma hora para sair de casa e encontrar-me com Ele e comigo. Tem vencido a preguiça.

E é também nesta minha luta que a tal família tem sido influente, sem saber. Eles, que não são católicos e que vivem uma outra realidade, são uma inspiração enorme pela forma honesta como vivem as coisas. São uma inspiração enquanto pessoas: despojados, não se preocupam com o que parecem mas com o que são, vivem em prol dos outros e não de si mesmos. Os filhos são o espelho desta forma tão simples de viver e são uns doces de meninos.

E eu gostava de ser mais assim: mais despojada, mais organizada, mais comprometida com uma coisa que me faz sentir tão bem. É um desafio.

A vocês, Oliveira Cavaco e a vocês, Cavaco Soares, muito, muito obrigada pela inspiração. Já vos disse várias vezes: vocês mudaram a minha vida.

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publicado por Lénia Rufino às 10:49
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Terça-feira, 18 de Outubro de 2011

Do sono

Perguntou-me a Triss como é que eu deitava o meu filho: acordado ou depois de o embalar.

Confesso que estranhei a pergunta. Na minha cabeça surgiu um "então mas... embalado??".

Eu tive a sorte de ter uns pediatras pouco complicados e a favor do "simplex". Mesmo que eles fossem complicadinhos, o meu feitio não se coaduna com isso. Eu não sou a mãe que impede os filhos de treparem às árvores com medo que eles caiam. Sou a mãe que lhes põe Betadine nas feridas, se eles caírem.

Quando a minha filha era pequenina, queixei-me à médica do tempo que ela levava a adormecer. Mamava em cima das 20h, eu deitava-a no ovo e punha-a ao pé de nós enquanto jantávamos. Ela berrava o tempo todo. Em cima das 23h dava-lhe de mamar, ela adormecia na mama e eu punha-a na cama. Se ela calhava a acordar no processo, tinha que a pôr na mama novamente, senão ela não se calava.

Quando contei isto à médica a reacção foi: acha que 23h é uma boa hora para um bebé de 4 meses se deitar??

E explicou: devia dar-lhe de mamar às 20h/21h e pô-la na cama, de preferência acordada. E deixá-la adormecer sozinha, por muito que ela chorasse. O pior que podia acontecer era ela chorar um bocado na primeira noite, mais um bocado na segunda e na terceira já teria percebido a mecânica da coisa e havia de adormecer tranquilamente e em pouco tempo.

Pois digo-vos, minhas queridas, ela nem na primeira noite chorou. Soltou um suspiro como quem diz "finalmente percebeste o que eu queria!", ajeitou-se e adormeceu. Assim, sem mais.

Eu aprendi a lição. E a partir daí deixei-me de invenções. Nada de "embalamentos" nem de canções nem de mãos dadas até dormir. Há história, beijinho e pronto. Adormecem tranquilos, serenos e sossegados.

[A mais velha começa agora a complicar, a pedir para ficar mais um pouco acordada, a pedir que fique lá com ela um bocadinho. Umas vezes cedo, outras não. Ainda assim, faço questão que seja ela a gerir o seu sono e não nos temos dado mal com isso.]



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publicado por Lénia Rufino às 16:07
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a mãe

De saltos altos, de sabrinas, de ténis, de havaianas, de pantufas ou descalça. Uma mãe com dois filhos pequenos, que trabalha, que põe uma casa a mexer, que tem um marido (logo, também é esposa), que escreve umas coisas e que tenta chegar a todo o lado e mais algum. Uma mãe igual a tantas outras.

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Marianne

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